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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Os 156 milhões de dólares para a StarTimes num país onde o povo tem falta de arroz


Escrevo este post em hora de muita dor e comoção. Em Moçambique falta o básico: água, sal, açúcar. Não existem escolas e nem hospitais para todos. A pobreza é extrema e atinge mais da metade da população. Aliado a isto, temos as dívidas escondidas provocadas por nomes conhecidos do então Governo.

Não há dinheiro. Não se sabe ao certo se efectivamente todos os funcionários públicos terão os seus salários em Dezembro. É um desastre total. E zás, o Governo de Filipe Nyusi lançou um concurso público para os moçambicanos verem 156 milhões de dólares a serem gastos na Migração Digital.

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Muitos moçambicanos morrem por falta de comida e de um sistema de saúde adequado. Nenhum deles morre (ou morreria) por não ver televisão ou ouvir rádio. O país está numa situação delicada em que falta quase tudo. E “deitamos” fora o dinheiro com Migração Digital?

A Migração Digital é necessária, sim. Mas peca no timing. A esta altura precisamos desse mesmo dinheiro para importarmos arroz, feijões, óleo, açúcar e tantos outros produtos que assegurem que a esmagadora maioria do povo moçambicano sobreviva até 2019 pelo menos para poder votar.

Eu, sinceramente, estou desagradado com esta notícia. E ainda há mais: anteriormente o mesmo negócio da Migração Digital foi adjudicada de forma directa à Startimes que, por sua vez, não conseguiu honrar com os compromissos. E nessa altura estavam envolvidos cerca de 300 milhões de dólares.




















Publicidade by: Viriato Hermenegildo Ent

Devido ao incumprimento do contrato, o Governo de Filipe Nyusi lançou um concurso público. E a vencedora é…STarTimes. A mesma empresa que com um orçamento robusto não conseguiu nada. Será desta vez?

E a mim não me convence a explicação do Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique de que a StarTimes venceu o concurso de forma transparente. Meus caros, estamos num país em que a promiscuidade até parece já ter sido legislada.

A StarTimes tem capitais chineses e moçambicanos. Está lá a Valentina Guebuza, filha do então Presidente da República, Armando Guebuza. A Focus 21, holding da família Guebuza que detém os 15 por cento da StarTimes foi constituída em Maputo a 17 de Junho de 2010. Ou seja, a empresa foi constituída no mesmo dia na China o Governo moçambicano discutia a viabilização da Migração Digital. Coincidência? Duvido…

A StarTimes nasceu já sabendo que seria ela, só ela, à frente do negócio da Migração Digital. E os moçambicanos estão a ser imbecilizados. Estão a ser empobrecidos. É como se os sucessivos Governos da Frelimo tivessem como objectivo acabar com o povo moçambicano.

Ora são dívidas ocultas, tensão político-militar, corrupção desenfreada, compadrio. E tudo isto beneficia a nomenklatura política. O povo…sempre povo: hipotético patrão de um empregado que vive no luxo alheio ao drama da falta de quase tudo que aflige o seu patrão. E tufa: lá vão os 156 milhões de dólares encher o bolso de quem já tem tudo!!!!

Nini Satar

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